Na África Subsaariana, Moçambique tem a segunda maior taxa de prevalência de HIV/AIDS; em 2022, 11,6% dos adultos (com idades de 15 a 49) estavam infectados. No país, o HIV continua a ser a principal causa de morbidade e mortalidade. Embora o atendimento ao paciente tenha melhorado com o advento do teste de CD4 em 2003 e da estratégia Test-and-Treat em 2016, 25% dos pacientes que iniciaram a terapia anti-retroviral (TARV) em 2022 foram diagnosticados com doença avançada pelo HIV (DAH). As taxas de prevalência do HIV são muito maiores em grupos populacionais-chave, como trabalhadoras do sexo e homens que fazem sexo com homens e mulheres transgénero. O acesso aos tratamentos vitais de saúde é, no entanto, dificultado pelo estigma e pela discriminação, mesmo na província de Sofala, onde Médicos Sem Fronteiras (MSF) trabalha desde 2014. O projecto de HIV da MSF Beira visa reduzir a morbidade e a mortalidade relacionadas ao HIV, melhorando o acesso a serviços integrados de HIV/TB, saúde sexual e reprodutiva (SSR) para populações-chave e outros grupos marginalizados/estigmatizados, bem como para a população em geral.
Esta avaliação da componente mentoria da descentralização dos serviços de HIV/TB e SSR nas unidades de saúde primárias dentro do projecto de HIV da Beira fornece percepções críticas sobre sua relevância, coerência, eficácia, impacto e replicabilidade. Lançado para fortalecer a prestação de cuidados de saúde para populações marginalizadas na Beira, Moçambique, a componente mentoria da descentralização focou na capacitação para melhorar os cuidados de HIV/TB e serviços de SSR, ao mesmo tempo em que abordava as barreiras ao acesso aos cuidados de saúde — particularmente MSF OCB Descentralização através de mentoria, Projecto de HIV da Beira, Moçambique pela Unidade de Avaliação de Estocolmo, outubro de 2024 para populações-chave (PCs) como trabalhadoras do sexo, homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas transgéneras e não conformes com o género e indivíduos vivendo com HIV.